Hoje, dia 11 de março de 2011, de repente, como devem ser as tragédias, o mundo foi surpreendido com uma notícia:

“Forte terremoto provoca tsunami e mata centenas no Japão – Terremoto de 8,9 graus de magnitude – o maior da história do país – provoca destruição em dezenas de cidades e vilarejos”

(…) “De acordo com o Instituto de Geofísica dos Estados Unidos (USGS), trata-se do maior terremoto  registrado no Japão, o sétimo maior desde que os abalos começaram a ser listados e o quinto maior desde 1900. O tremor ocorreu às 14h46 do horário local (2h46 de Brasília) e teve epicentro no Oceano Pacífico, a 160 quilômetros da costa. Na quarta-feira, um tremor de 7,3 foi registrado na mesma área. O tremor foi 8 mil vezes mais forte do que o abalo que atingiu Christchurch, na Nova Zelândia, no mês passado, disseram cientistas.” (…) (Fonte: http://is.gd/33KQVt)

Foi no JAPÃO, ainda bem. Afinal, o Japão é o país mais desenvolvido e ao mesmo tempo, preparado, para eventos dessa natureza, literalmente. Apesar da destruição, milhares de vidas foram salvas a tempo. E se tivesse ocorrido num país atrasado e despreparado como o Brasil? O MUNDO inteiro estaria de luto pelas dezenas de milhares de mortos. Chamaria à atenção, a quantidade imensa de mortos.Por aqui basta uma chuvarada. A providência é sempre a mesma: Desorganizadamente, recolher os mortos que não foram soterrados, coloca-los em caixões, e expô-los à imprensa. Não precisa se preocupar com vagas em hospitais, pois, quase não há feridos. Esperar para que os danos sejam graves o bastante, para, ansiosamente, decretar “situação de emergência ou estado de calamidade pública”, ambos, sinônimos de “incompetência”.  Depois, passar dias em escavações à espera dos recursos financeiros da União, do Estado e, das pessoas… .

ajuda humanitária chega de avião, helicópteros, caminhões. Comida e água, roupas, isso sim é preci(o)so, serve para sensibilizar os governos a enviarem logo o dinheiro. Os donativos, como é chamado aquilo que é doado pelo povo, a maioria se perde, estraga ou já vem estragado, o que tem de bom acaba na casa de quem menos precisa.

A exemplo da taxa de homicídios (estatística) por Estados, assim como para as tragédias, quem tiver mais mortos leva mais dinheiro.

Com toda a previsibilidade das chuvas, como também dos homicídios, sempre, em determinadas épocas do ano somos pegos de surpresa. Centenas de mortos, todo ano aumenta o número e não aprendemos nada. A incompetência dá dinheiro.

No Japão os prédios tem arquitetura apropriada para resistir aos terremotos em sua escala máxima. A qualidade dos trabalhos de engenharia e da mão de obra aplicados nas construções, por si, garantiriam as estruturas. Mas, tsunami é demais para qualquer um. Mesmo para o Japão.

Por que não foi aos milhares, os mortos, como seria a lógica para um desastre com essa proporção? Simplesmente porque o povo japonês é diferente. São inteligentes, trabalhadores, disciplinados e, principalmente, honestos.

Ao serem avisados para deixarem as suas casas, o fizeram rápida e ordeiramente. E agiriam assim, mesmo que soubessem tratar-se de mais um treino-protocolo para conduta a ser adotada em caso de terremoto, não importaria. Sair de casa rapidamente, é o que conta.

Ainda bem que foi no Japão.

Mesmo que os estragos causados por chuva sejam previsíveis, tampouco alguma providência é adotada a fim de evita-los.  Aqui não há restrições, há permissão, para que cada um pendure a sua casa em qualquer barranco, morro ou beira de rio. É uma forma para desocupar o local que nunca deveria ter sido ocupado; vai dar uma graninha para investimentos no social; sem falar na grande visibilidade gerada pela exploração midiática nacional, internacional, de dar inveja aos outros governantes. Por aqui, tragédia tem sua utilidade, como diriam políticos sinceros: tem seu lado bom.

Por aqui, mesmo que o sofrimento seja tão intenso e devastador quanto um tsunami, pouco ou nada será feito para evitar o próximo desastre.

Lá, no Japão, em breve uma nova e revolucionária tecnologia será criada, é só aguardar.

 

  1. Pois é comandante. Se derem alerta de enchente em Joinville, vai ter gente ignorando, querendo que bombeiro/defesa civil ajude a levantar moveis e eletrodomésticos pra não entrar agua e ainda vai agredir aqueles que querem salvar vidas.
    Lamentável.

  2. Edivar,

    Tenho acompanhado o teu blog e, agora, este site.

    São desnecessários elogios, os quais tenho lido também, mas fazem bem para o Ego, né? Então segue os meus PARABENS!.

    Estou gostando da continuação do que tens escrito desde o blog e lembrei de ti quando assisti o filme “Tropa de Elite 2”.

    Fica o convite para re-conhecer o meu sítio.
    Um beijo no Raul e na tua esposa.
    Jorge

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