Em 1984 após a Operação Veraneio, como Aspirante a Oficial, fui transferido de Florianópolis para o 2º. Batalhão, em Chapecó.
Havia como hoje, poucos Oficiais. Desempenhei função de Comando do Corpo de Bombeiros, Comandante da 3ª. Companhia (sede) e Chefe da P2, simultaneamente.
Foi uma época difícil. Havia conflitos entre índios e colonos, na Sede Trentin, com constantes enfrentamentos. Fiquei 117 dias, em Comando de um Pelotão, de controle de acesso à área de conflito. Nosso Quartel era uma barraca. Quando fui substituído, a barraca estava quase totalmente podre.
Havia também, o recém-criado Movimento Sem-Terra (MST) – um dos criadores o Bispo Dom José Gomes da diocese de Chapecó – que com suas constantemente ocupações, nos envolviam, para a “reintegração de posse”. Em sua maioria, todas com enfrentamentos, feridos e até mortes. (Farei um tópico à parte)
Em 28 de agosto de 1987 foi criado/ativado o 2º Pelotão de Polícia Militar na cidade de Xanxerê. O Pelotão tinha área de Jurisdição envolvendo 08 municípios da região. A sede do Pelotão era a mesma, onde ficava o Destacamento, comandado por Sargento, na Rua “Tenente Antônio João”. O quartel era uma casa pequena, de madeira, com três cômodos, alugada, e a tropa, vinte e dois Policiais Militares para uma cidade com 35.000 hab.
Eu estava no Posto de 1º. Tenente e fui designado para comandá-lo. Relutei, pois, estava cursando a faculdade de Direito na UNOESC e seria um transtorno.
Não teve jeito. Fui, na marra.
Tive a honra de ser o primeiro Oficial a comandar a Polícia Militar de Xanxerê.
Todo o dia ao final da tarde, de ônibus (lotação) ia até Chapecó. Durante cinco anos.
Os desafios eram grandes. Os problemas eram de toda ordem. Sem Quartel, equipamentos, viaturas, fardamento. Na comunidade, muitas reclamações em relação ao atendimento e da atuação da PM, ou, da falta dela. Denúncias de abusos, omissões e desvio de função, de tudo.
Adotei como linha de Comando e tendo como meta, a prestação de serviços com correção e imparcialidade, objetivando unicamente o bem estar e a segurança do cidadão.
Houve aproximação da PM com a comunidade, parceria, que resultou em grandes conquistas tanto para a PM como para a comunidade.
Eu já estava acostumado com a cidade, tinha feito muitos amigos, estava integrado a vida dos xanxereenses.
Iniciamos, juntamente com a comunidade, uma campanha buscando a criação e ativação de uma Unidade, nível de Companhia. Não deu.
Em Dezembro de 1989 eu e vinte amigos criamos o primeiro Clube de “tiro prático” do Estado, ainda era uma novidade no Brasil. Um ano depois, a Federação Catarinense de Tiro Prático, da qual fui o primeiro presidente. Percorremos o país com um pequeno grupo de atiradores, representando Santa Catarina e especialmente Xanxerê, em vários campeonatos. (Também farei tópico à parte).
Sempre soube que um dia teria que sair. O comando de Pelotão é para Tenente. Faltava ainda algum tempo, mas, inevitavelmente, a data da promoção ao posto de Capitão estava se aproximando.
No final do ano de 1989 fui transferido para Chapecó. Em Agosto de 1990 me formei em Direito, a primeira turma da UNOESC.
Em Maio/1991 fui promovido.
Em Março de 1994 foi criada a 4ª Companhia de Polícia Militar.
Em Junho de 1994 fui novamente transferido para Xanxerê, agora, no posto de Capitão, para comandar a recém-criada 4ª. Companhia do 2º. Batalhão. Com nova sede, alugada pela prefeitura, um prédio de dois andares recém-reformado, que até então era usado por várias clínicas.
Havia necessidade de aumentar o número de Policiais Militares, pois, o efetivo, agora com 30 PMs, não era suficiente para os serviços. A cidade já estava com quase 40.00 hab.
As comunidades dos bairros não podiam fazer festas para arrecadar fundos, porque havia muitas brigas. Nas escolas, havia baderna nos portões e arredores.
A partir da solução encontrada para acabar com as brigas em festas e a baderna nas Escolas, marcou o início de um novo tempo para a PMSC: “SEGURANÇA INTERATIVA

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